O ano era 1876 e o compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovsky trazia ao mundo uma das peças clássicas mais aclamadas de todos os tempos. Com inúmeras montagens realizadas até os dias de hoje, “O Lago dos Cisnes” segue atrativa e impactante para o público que aprecia tal estilo musical, ainda mais quando representado em ballet (sendo o espetáculo do gênero mais visto da história).
Nós tivemos a honra de conferir uma das apresentações do Ballet de São Petersburgo, que está em curtíssima temporada em cartaz no Teatro Bradesco, localizado dentro do Shopping Villa Lobos, em São Paulo.
No evento, as delicadas sapatilhas de pontas dão lugar aos imponentes patins de gelo, e ajudam a criar uma atmosfera ainda mais mágica, proporcionado a cada espectador uma experiência única.
Com a solicitação de não se usar nenhum tipo de dispositivo eletrônico durante a atração (e, felizmente, acatada pela grande maioria dos presentes), as atenções podem ser voltadas em sua totalidade à pista de patinação montada do palco do teatro. Com tanta qualidade sonora e visual, torna-se fácil deixar-se imergir no conto do Príncipe Siefried e da Princesa Odette – afinal, não importa o tempo que passe, as mudanças de pensamento ou as perspectivas variadas: o amor verdadeiro nunca sairá de moda.
Pouco antes da entrada do corpo de ballet, um narrador explica de forma sucinta a narrativa de amor que compõe a peça dividida em quatro atos. Tal ação ajuda quem não tem familiaridade com a obra a compreender melhor a proposta e, acredito que acabe servindo de incentivo para que tais pessoas até mesmo despertem interesse por produções semelhantes.
Os bailarinos são maravilhosos e, ainda que a palmas fossem obviamente aguardadas ao término de cada ato, quando algum passo mais elaborado era executado com sucesso no palco, parte da plateia não se furtava em bater palmas em vários outros momentos – o que sempre me parece um bom sinal, como se fosse a forma de agradecer aos artistas pelo brilhantismo de cada detalhe de seu trabalho.
Curiosidade: cabe lembrar que a famosa coreografia “A Morte do Cisne” (criada por Mikhail Fokine em 1905 e imortalizada pela bailarina Anna Pavlova, com música composta por Camille Saint-Saens), é baseada no poema homônimo e, embora muitas vezes associada à obra de Tchaikovsky, não faz parte dela.
Ainda assim, é tida como uma grande influência para interpretações modernas da história de Odette, cujos finais dos protagonistas dependem da romantização ou dramaticidade direcionada a cada projeto.
Hoje, 02 de outubro, é o último dia para conferir de pertinho o “Ballet de São Petersburgo no Gelo – O Lago dos Cisnes”, no Teatro Bradesco. Para mais informações, clique aqui.
Crédito das fotos: Angela Debellis.
por Angela Debellis
