Organizado pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), um dos maiores eventos de cinema do Brasil em prol dos animais aconteceu nos dias 22 e 23 de julho. Foram mais de 30 filmes exibidos na IX Mostra Internacional de Cinema pelos Animais na Cinemateca de Curitiba.
Esta foi a edição com a maior diversidade de origens: são filmes de 17 países, incluindo Alemanha, Austrália, Brasil, EUA, França, Irã, Israel, Itália, Peru e Coreia do Sul. As produções foram vistas gratuitamente das 14h às 21h e a programação completa ficou disponível no site e redes sociais. O evento teve apoio da Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura da capital paranaense, e patrocínio da Semente de Girassol e do Maki Vegan Café.
Neste ano, a nona edição da Mostra Internacional de Cinema pelos Animais trouxe produções inéditas no Brasil, sobre animais silvestres como o mico-leão-dourado, sobre cães, vacas, cavalos, sobre peixes, tartarugas e outros animais marinhos. Foram diversos formatos e linguagens que abordam a causa animal e as questões que envolvem a complexa relação entre os seres humanos e o restante das espécies.
Alguns exemplos de filmes são os vídeos musicais “Testemunho” e “Santuário” (Coreia do Sul), que tratam da relação geral entre animais humanos e não humanos com a esperança de um mundo melhor, “Asa Vegana – Uma Paródia” (Brasil), que questiona a realidade dos animais explorados para consumo humano, e “Vegana” (Brasil), que questiona as razões para a exploração de animais não humanos.
Outros exemplos são as animações “Amigos do Oceano” (Austrália), que conta a história de uma menina descobrindo a realidade da indústria sobre a indústria da pesca e seus impactos no oceano, e “Lui” (Peru), que conta a história de uma tartaruga de uma espécie em perigo de extinção causada pela depredação dos oceanos.
Algumas amostras das ficções são “Você Ficará Bem” (Itália), que questiona sobre o abandono de animais de cativeiro na natureza e impactos nos habitats, e “Mal Passado” (França), que reflete sobre a busca de um açougueiro em manter seu trabalho no futuro em que uma lei regional proíbe o comércio de carnes.
Entre os documentários, têm “Anima” (EUA), que entrevista diversos líderes religiosos sobre os temas de compaixão, animais e meio ambiente, “A Vida Secreta dos Frangos – A Realidade da Indústria dos Frangos no Brasil” (Brasil), que demonstra a realidade da avicultura brasileira, e “Laticínios Desvendados” (EUA), que revela as verdades sombrias da indústria de laticínios.
A mostra também apresentou um bloco infantil, com filmes e animações que abordam nossas relações e das crianças com cães, peixes, tartarugas, pássaros e outros animais.
Ainda aconteceram espaços para debates, com conversas com diretores e produtores. Estiveram presentes tanto diretores brasileiros, como o diretor Oberom do filme premiado “MUCO: Contradição na Tradição” (Brasil, Índia e EUA) e o diretor Marx Braga do filme “Dourado” (Brasil), quanto de outros países, como o diretor Tobias Schönenberg do filme “O Todo é Um” (Alemanha).
O primeiro apresentou a busca de brasileiros até a Índia sobre os princípios éticos do Yoga, desvelando verdades ocultas sobre a tradição e como é realmente a relação das pessoas com as vacas. O segundo apresentou os esforços na preservação do mico-leão-dourado e da biodiversidade brasileira. O terceiro tratou de uma investigação policial fictícia de um caso envolvendo o dono de um abatedouro, mostrando diversos pontos de vista sobre o ocorrido e nossas relações com os animais ditos de consumo.
O evento também contou com intervalos para o público aproveitar a feira de produtos veganos diversos que teve no local do evento, com lanches, cosméticos e outros produtos, que estiveram em funcionamento durante todos os dias do evento.
Além disso, no espaço comum da feira o público ainda pode apreciar a exposição fotográfica “Adotados: Adoção envolve reciprocidade; ao adotar, você é adotado“, do fotógrafo Sossella, sobre adoção responsável de cães.
O presidente da SVB, Ricardo Laurino, explicou que o evento busca chamar a atenção para a temática da exploração envolvendo animais e, também, difundir a cultura de amor e respeito a todas as espécies do nosso planeta.
Além das exibições durante o fim de semana, alguns filmes foram homenageados com o Oscow pelo público e organização. O Oscar com cabeça de vaca foi idealizado e criado por integrantes do Grupo Curitiba da SVB para representar o tom irônico contra o glamour, o luxo e a alienação característicos de eventos da alta sociedade humana em contraste com a triste realidade da exploração animal.
da Redação A Toupeira