Crítica: “A Morte te dá Parabéns”

Protagonista de caráter duvidoso revive o mesmo dias repetidas vezes como forma de aprendizado para se tornar uma pessoa melhor. Sensação de já ter visto isso em algum lugar?

Pois essa é a primeira impressão passada por “A Morte te dá Parabéns” (Happy Death Day), que conta a história da universitária Tree (Jessica Rothe), que é assassinada em plena noite de seu aniversário, mas em uma espécie de retrocesso temporal, volta sã e salva à manhã desse mesmo dia. A figura de seu algoz é representada por alguém que esconde o rosto atrás de uma bizarra máscara de bebê, mascote do time de futebol americano da faculdade.

Depois de ter que encarar a mesma exata rotina algumas vezes e sabendo de cor cada ação que marcará esse dia até o momento em que é atacada, Tree passa do óbvio desespero inicial para uma atitude mais centrada e agressiva, com o único intuito de fechar esse ciclo vicioso e conseguir avançar uma casa no calendário – para isso, terá que descobrir e eliminar seu assassino antes que o pior aconteça para ela.

Embora já tenha sido utilizada à exaustão, a ideia de alguém preso em um looping temporal permanece cativante e ainda consegue entreter. Do momento em que o filme deixa de ser vender como terror puro – ainda que tenha algumas cenas mais voltadas a esse gênero – para assumir sua vertente para o terror cômico, a narrativa melhora muito e acaba por entregar uma produção eficiente sob esse ponto de vista.

Os demais personagens também estão longe de serem originais, mas são parte de um grupo que funciona em tela. Entre eles, são relevantes: Carter (Israel Broussard), o rapaz bonzinho que faz de tudo para ajudar; Danielle (Rachel Matthews), a líder da irmandade que detém o poder sobre as personalidades das demais estudantes; Lori (Ruby Modine), a aluna exemplar e pouco social que divide o quarto com Tree e é exatamente seu oposto.

Dirigido por Christopher Landon, o longa não conta com grandes sustos, mas mantém o clima tenso, apesar de tudo. O uso de sangue em cena também é mais contido do que eu imaginava, porém é um recurso válido quando utilizado. O destaque vai para a criatividade empregada no quesito “morte da Tree”, que vai da clássica garganta corta ao traumatismo por golpe de taco de beisebol.

A conclusão é bem amarrada e depois de tantos momentos óbvios, foi uma grata surpresa perceber por qual caminho o longa envereda em seus momentos finais. E, mesmo sem nenhum indício muito explícito, fiquei com a sensação de que pode ter mais histórias futuras envolvendo os personagens nas telonas.

Vale conferir.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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