Um filme que inicialmente confunde sobre o desfecho da narrativa, que a todo tempo fica o questionamento se é um drama ou uma comédia, até percebermos que é uma típica comédia francesa com um leve toque de drama.
“Homens à Beira de um Ataque de Nervos” (Men on the Verge of a Nervous Breakdown) narra a história de um grupo de homens solitários e com diversos problemas emocionais em diferentes áreas. Cansados da monotonia e da tristeza, eles resolvem partir pra um retiro em meio À natureza, que promete operar milagres.
Mesmo sem muitas informações claras sobre o retiro todos vão e ao chegar o local, são surpreendidos negativamente: a começar pela identidade do terapeuta que os conduziria Às profundezas de suas emoções e sentimentos.
A narrativa foca em abordar de forma clara a desconstrução de todos os paradigmas e limitações aos quais a vida os condicionou com o passar dos anos: cada um do grupo tem bloqueios, medos, traumas, saudades e culpas enraizadas.
Tudo isso gera nos personagens um parâmetro condicionado de que somente determinadas coisas que já conhecem são boas, não abrindo espaço pra o novo, não se permitindo viverem novas experiências, pois o medo maior é de que as novas experiências apaguem, de certa forma, o passado e toda a sua bagagem emocional.
Dirigida por Audrey Dana que também é co-roteirista, a produção deixa claro, desde a sinopse, o trocadilho do título com o longa de Pedro Almodóvar “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”. Porém, somente no título que há semelhança, já que o desenvolver das histórias são bem distintas.
Audrey conseguiu transformar tragédia s em comédias e transmitir isso ao público com clareza: o que no início era um pouco confuso, acaba muito bem esclarecido posteriormente. O que cada personagem buscava mesmo que de forma inconsciente era amor, alegria e leveza, e a partir do momento que cada um começa a enfrentar seus traumas e rir de suas próprias frustrações, o tão desejado resultado chega.
“Homens à Beira de um Ataque de Nervos” conta com um elenco muito conhecido do público francês: Thierry lhermitte, Laurent Stocker, Marina Hands entre outros. A escolha desses atores foi um dos pontos mais acertados, pois a cumplicidade no olhar de todos faz a obra fluir com maestria.
A ideia de ser um grupo de desconhecidos partilhando suas dores e experiências lembra cenas comuns do nosso cotidiano entre amigos. Tudo isso aliado à fotografia que foi gravada em uma exuberante floresta, onde os cinegrafistas usaram muito bem esse recurso a seu favor.
por Leandro Conceição – especial para A Toupeira
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Synapse Distribution.
