Com uma premissa que promete misturar suspense, mistério e crítica social, “Impulso” (Impulse) parece, à primeira vista, ter todos os ingredientes para um thriller instigante e relevante.
Dirigido por Patrick Flaherty, o longa que chega ao Adrenalina Pura tenta explorar a jornada de Theda (Dajana Gudic), uma jovem jornalista que, ao se envolver com uma sequência de assassinatos conectados às elites mais poderosas de Hollywood, se vê determinada a desmascará-los. No entanto, o filme tropeça ao tentar convencer como o que poderia ser um comentário afiado sobre poder e corrupção.
Com apenas 60 minutos de duração, a obra dirigida por Patrick Flaherty e roteirizada por Will Hirchfeld tem uma construção caricata de seus personagens. Desde os magnatas da mídia até os políticos envolvidos na trama, as figuras que deveriam ser sinistras ou cativantes acabam soando como versões exageradas e unidimensionais de conhecidos arquétipos.
A protagonista Theda tenta trazer alguma humanidade para o papel, mas a falta de profundidade dramática em sua atuação impede que ela carregue o filme com a intensidade necessária, assim como Lou Ferrigno Jr., no papel de David. Já o elenco secundário, no geral, entrega performances medianas, apenas.
Quanto aos cenários, a produção claramente enfrentou limitações orçamentárias e muitos ambientes parecem genéricos. Enquanto nos diálogos há uma exposição desnecessária e frequentes frases de efeito.
Embora o conceito de “Impulso” tenha potencial, aproveitando o crescente descontentamento popular com bilionários, e a crítica à concentração de poder nas elites, o resultado final não é exatamente o esperado.
por Marcel Melinsk – especial para A Toupeira
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pelo Adrenalina Pura.