Crítica: “Minha Irmã”

O drama Suíço “Minha Irmã” (Schwesterlein) foi destaque na programação da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo chega aos cinemas nacionais.

A produção é fruto da parceria entre Stéphanie Chuat e Véronique Reymond que trabalharam tanto no roteiro quanto na direção.

A narrativa nos apresenta Lisa (Nina Hoss), uma dramaturga que se esforça para cuidar do irmão gêmeo Sven (Lars Eidinger), que está com leucemia em Berlim, enquanto tenta manter o papel de mãe dedicada e esposa para seus filhos e marido que estão na Suíça.

A sutileza com que é mostrada a força da protagonista é encantadora. Em momento algum foi verbalizado o quanto a personagem segurava o mundo de todos à sua volta, contudo isso fica claro em todas suas ações – o filme todo trabalha esse lado perceptivo.

Sem querer romantizar a sobrecarga feminina, mas Lisa é o tipo de mulher que dá conta de tudo, é aquela que sempre vemos em uma tia, mãe, avó ou em alguma amiga, quem consegue fazer tudo e ainda continua linda.

Um elemento muito bem trabalhado na produção é a ligação entre Sven e Lisa, o laço que sobrepõe o sangue. Ela cuida dele e quer mantê-lo vivo a todo custo. Por causa da doença de Sven, Lisa se afasta da escrita, porém é por ele que ela volta a escrever, porque quer que o irmão volte aos palcos a todo custo, isso o manterá vivo.

A pequena família dos protagonistas é disfuncional. A mãe da dupla é um tanto quanto desatenta à saúde do filho, o que faz com que a filha tome a dianteira.

Em contrapartida, quanto mais se aproxima do irmão, mas Lisa se afasta do marido e dos planos do casal, mesmo que tente incessantemente controlar tudo. Talvez isso seja o que torna o drama mais atrativo, mais real.

Ainda nessa pegada mais teatral há uma associação implícita (talvez nem tanto) da relação dos irmãos de Berlim a “Hänsel und Gretel”, onde podemos ver a bruxa má como a doença de Sven e o elo entre eles que parece inquebrável.

A atuação de Nina Hoss é impecável. A sensação é de que ela sustenta o drama com total maestria, a atriz está simplesmente perfeita como Lisa.

“Minha Irmã” é um filme incrivelmente cativante. Vale muito conferir.

por Carla Mendes – especial para A Toupeira

*Título assistido em Cabine Virtual promovida pela A2 Filmes.

Filed in: Cinema

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