Depois de sair das páginas da obra da autora inglesa Beatrix Potter, estrelar animações para a televisão e chegar aos cinemas em 2018, Pedro Coelho está de volta em uma nova e divertida aventura. “Pedro Coelho 2: O Fugitivo” (Peter Rabbit 2: The Runaway), que teve sua exibição nas telonas adiada várias vezes, devido à pandemia de Covid-19, agora pode ser conferido nas principais plataformas de streaming.
No longa dirigido por Will Gluck (que também assina o roteiro junto a Patrick Burleigh), acompanhamos a rotina da nova família que se forma a partir da união de Béa (Rose Byrne) e Thomas (Domhnall Gleeson). O casal, que agora trabalha junto em sua própria loja de brinquedos, verá sua pacata rotina – ao lado dos adoráveis coelhinhos e animais do campo – ser posta à prova graças a uma inesperada proposta.
O empresário do ramo literário Nigel Basil-Jones (David Oyelowo) quer publicar o livro escrito / ilustrado por Béa em larga escala (a obra era, até então, confeccionada quase de maneira artesanal pelos protagonistas), mas, para isso, exige mudanças drásticas na estrutura narrativa e no visual dos coelhinhos, a fim de, supostamente, atingir um público maior e mais provável de tornar-se consumidor dos mais variados produtos temáticos.
Quem não gosta dessa ideia é Pedro (voz de James Corden, na versão original) que acaba rotulado como “o malvado” e ganhando até mesmo ares de vilão, na distorcida concepção da equipe de Nigel. Magoado – embora consciente de que suas travessuras às vezes passam dos limites – ele foge, e acaba conhecendo Barnabé (voz de Lennie James), um velho coelho ladrão, amigo de seu falecido pai.
Em pouco tempo, Pedro é apresentado à dura vida de um animal que não tem um lar para chamar de seu: as dificuldades em conseguir alimentos, o perigo de ser capturado por humanos de índole questionável, a frieza no tratamento vindo de quem não tem a menor empatia por eles.
Por outro lado, o jovem coelho sente-se livre para ser quem é de verdade, sem que isso seja motivo para críticas, que nem sempre considera justas. Tal pensamento fará com que aceite tomar a frente em uma perigosa empreitada: praticar um grande roubo durante a popular Feira do Agricultor, para o qual precisará da ajuda não só de seus amigos/ irmãs/ primo, mas de novas figuras tão misteriosas quanto Barnabé – incluindo Samuel Bigodes (voz de Rupert Degas), um rato falastrão que parece ter um estoque interminável de histórias para contar.
De modo bastante simples, “Pedro Coelho 2: O Fugitivo” consegue expor em tela a necessidade de se manter fiel ao que se acredita, mesmo que isso às vezes pareça complicado. O caminho “mais fácil” nem sempre é garantia do melhor destino, e o que pode parecer um obstáculo a ser vencido, talvez seja o grande diferencial entre ocupar uma posição de destaque ou permanecer entre os que optaram por ser apenas “mais do mesmo”.
A trilha sonora tem bons momentos, em especial no que diz respeito à participação especial de um carismático esquilo que canta para ganhar moedas na rua, com direito até mesmo à clássica “Boulevard of Broken Dreams” da banda de punk rock Green Day.
Os efeitos visuais são eficientes e a textura dos animais é muito bonita, com pelos e penas sendo bem representados. Aliado a isso, a possibilidade de vê-los falando como humanos traz uma aproximação ainda maior, principalmente àqueles que são tutores de algum animalzinho na vida real e que já sonharam em poder dialogar com ele.
Vale muito a pena conferir. E espere que há uma cena adicional durante os créditos.
por Angela Debellis
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*Título assistido via streaming, a convite da Sony Pictures Home Entertaiment.