Crítica: “Rambo: Até o Fim”

Quando pensamos em filmes de ação da década de 1980, é quase impossível não listar o nome de Sylvester Stallone entre os primeiros destaques. Com “Rambo: Programado para Matar” (Rambo: First Blood) – que em novembro completa 37 anos de seu lançamento -, o ator conseguiu imprimir uma marca que até hoje serve para associar coragem e força.

Depois desse, vieram outros três longas, o que fez com que as histórias do soldado se transformassem em uma franquia de (muito) sucesso. Mas o tempo é implacável e até mesmo quem é programado para matar sofre com a passagem dos anos.

John Rambo está de volta aos cinemas após 11 anos. Em “Rambo: Até o Fim” (cujo título original “Rambo: Last Blood” tem mais sentido ao fazer uma alusão direta e contrária à versão americana de seu capítulo de estreia), o veterano de guerra não está em nenhuma missão perigosa em uma selva com uma faixa vermelha na cabeça ou precisando se camuflar coberto de lama para uma emboscada ao inimigo. O que não quer dizer que sua essência não tenha sido mantida.

O cenário da vez é o Texas, mais precisamente a fazenda que pertencia aos pais do protagonista, na qual mantém um haras e aonde procura levar uma vida bem diferente da que lhe foi imposta por tantos anos. Com ele, vivem Maria Beltran (Adriana Barraza), uma espécie de governanta do local junto à sua neta adolescente Gabrielle (Yvette Monreal), a quem Rambo tem como uma sobrinha – o que significa que vai zelar por ela como se de fato fosse parte de sua família.

Quando a garota parte para o México em busca de explicações do pai que a abandonou ainda criança e é capturada por uma gangue de tráfico humano / prostituição, caberá ao ex-soldado deixar de lado a tênue / duvidosa calmaria que se instaurou em sua rotina para voltar a fazer o que faz de melhor e, acredite: ele faz isso com maestria.

Apesar de ser o filme da série no qual Stallone tem mais diálogos – dos mais triviais a alguns bem mais surpreendentes – a narrativa ganha fôlego quando vemos seus planos para se vingar dos traficantes, com direito a todo tipo de armadilhas e cenas que abraçam livremente o gore (mas que ainda assim conseguem ser celebradas por quem sabe que o personagem tem razão em agir de certas maneiras).

Existe uma satisfação quase imoral em ver o mal sendo desmantelado de forma tão simples e, ao mesmo tempo, tão brilhante – embora haja momentos bem aflitivos durante a projeção, ainda mais porque, ao que consta para o público, este é o capítulo de encerramento da saga.

Quem conhece Rambo de títulos anteriores ou tem alguma mínima noção de sua história, sabe o que esperar. Em nenhum momento a produção pretende ser classificada como altamente reflexiva ou provocativa, mas com os elementos que possui, consegue entregar um resultado bastante satisfatório para quem gosta do gênero de ação pura e absoluta.

Fica a dica: os créditos finais são um deleite para os fãs de longa data, então vale a pena assistir e prestar atenção aos detalhes!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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