Chega aos cinemas a comédia nacional “Vai que Cola – O Filme”. Na trama, Valdomiro Lacerda (Paulo Gustavo) é sócio da Beta Engenharia, empresa investigada pela Receita Federal por corrupção e lavagem de dinheiro. Assina um contrato que o torna, instantaneamente, o procurado número um.
Na fuga, Valdo acaba na pensão da Dona Jô (Catarina Abdalla) e passa a entregar quentinhas pelo Méier, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Quando seu antigo sócio propõe uma parceria que lhe devolveria sua antiga vida, o tratante não pensa duas vezes antes de voltar a sua cobertura no Leblon, mas dessa vez, trará na bagagem os sete moradores da pensão que o acolheu.
O grande trunfo do longa-metragem foi a escolha do diretor ao manter a atmosfera dos palcos aliada à qualidade de uma obra cinematográfica. Visto que uma das peculiaridades do seriado de César Rodrigues, que também dirigiu a versão para o cinema, é a fuga do roteiro proposto, característica que se manteve durante os noventa minutos.
Outro grande mérito da direção são as escolhas para a montagem, que mantiveram o filme sem sobras ou cacos desnecessários que pudessem comprometer o desenrolar da trama.
Os talentos individuais de Paulo Gustavo, Samantha Schmütz e Marcus Majella dirigem a atenção do público e tornam a história, a protagonista. A possibilidade de criação e composição das personagens foi claramente apoiada pela direção, com a intenção acertada de aproximar o público da tela. Valdo, por exemplo, aparece conversando com a plateia em diversos momentos do longa.
“Vai Que Cola – O Filme” não é somente dedicado aos fãs da série. Não foi feito com qualquer ideal oculto de conscientização ou mensagem subliminar. Uma coisa é certa, se a proposta é fazer rir: missão cumprida.
por Otávio Santos – especial para A Toupeira