Não há duvidas que poucos jogos modernos de tabuleiro sejam tão famosos quanto “Cluedo”. Surgido na Inglaterra, em 1949, chegou ao ponto de ter nove videogames inspirados neste, um filme, um programa de tv, e muito mais. No Brasil, é um velho conhecido da infância de muitos, embora com outro nome: “Detetive”.
O conceito do jogo é simples: Houve um misterioso assassinato e toda vez em que se entra em um cômodo, um jogador faz um palpite da arma do crime, do local e do assassino, até que se revela o verdadeiro culpado.
Por sua vez, este conceito é levado aos palcos pela atriz e improvisadora Michelle Gallindo, com a peça “Coronel Mostarda: Reloaded” – no caso a versão Reloaded é o upgrade da peça para os tempos de pandemia – que leva o nome do mais icônico personagem do jogo original.
Nesta, a plateia interage com os atores que improvisam sobre a situação, e, como no jogo, devem descobrir o culpado, o cômodo e a arma do crime. São várias combinações do que pode ocorrer, e o elenco improvisa de acordo não só com o que é sorteado ao vivo, mas também com parâmetros que ficam sujeitos à plateia decidir, como quem é parente próximo e quem tem romance com quem. Desta forma, a peça cria uma trama que fará os jogadores tentarem deduzir a partir das cenas apresentadas quais os elementos que compõem o crime cometido.
É uma experiência divertida, ainda mais para quem é fã de “Detetive”. Até mesmo para quem reclama que o jogo original é tudo à base da suposição, ou que falta uma trama, aqui não há isso, pois se cria uma história que se desenrola a partir das improvisações dos atores.
É interessante ver como a narrativa vai se intrincando e se tornando cada vez mais chamativa, com suas idas e vindas. E durante minha partida, por mais que algumas coisas ficassem meio desconectadas, no geral, as coisas se seguraram bem.
Na versão Reloaded, as apresentações – que têm ingressos vendidos pela Sympla – são feitas via Zoom (com jogadores ao vivo na reunião) e YouTube (com um moderador auxiliando o chat da plataforma). É uma opção para um divertimento diferente nestes tempos de isolamento, ainda mais para quem gosta de suspense e drama, pois são coisas que não faltam nesta peça. Também fica a dica para os fãs do jogo “Detetive”, que deverão se lembrar do quanto é preciso quebrar a cabeça para descobrir que o verdadeiro culpado de toda essa história.
Crédito das fotos: Divulgação.
por Ícaro Marques – especial para A Toupeira