Crítica: “Jurassic World: Reino Ameaçado”

Se tivesse que resumir em apenas uma palavra, diria que dinossauros são fascinantes. As majestosas presenças em tela, que ganham ainda mais consistência com o passar dos anos e o crescente avanço das tecnologias de efeitos visuais, continuam sendo o motivo para levar espectadores das mais diversas idades aos cinemas a fim de acompanhar um novo capítulo da icônica franquia iniciada há 25 anos, com a estreia de “Jurassic Park: Parque dos Dinossauros”.

Como fã prévia, quando J. A. Bayona foi anunciado como diretor de “Jurassic World: Reino Ameaçado” (Jurassic World: Fallen Kingdom),  ainda que nenhuma informação mais completa tivesse sido confirmada, carreguei duas impressões: que este seria – até aqui – o título mais sombrio da série e, provavelmente, o mais emocional. Resultados que o responsável pela magnífica adaptação cinematográfica do livro “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” já mostra desde o início da produção.

Os eventos têm início três anos após os mostrados em “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros” e agora a trama central gira em torno da ética sobre o que fazer com as criaturas que ainda habitam a Ilha Nublar, postas em risco constante devido a uma iminente erupção vulcânica que extinguiria as espécies mais uma vez.

É a partir dessa premissa que entram em cena alguns personagens já conhecidos como Owen Grady (Chris Pratt), Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) e até mesmo Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum), que têm posições bem definidas, mas não tão semelhantes em relação à ideia de remoção dos animais do local. O que pareceria “mais humano”: resgatar as espécies e continuar com a manipulação genética que as trouxe de volta à era atual para servir de mero entretenimento / obter vantagens obscuras ou deixar que a natureza se encarregue de exterminá-las novamente?

Como não poderia deixar de ser, por mais que haja dinossauros pouco amigáveis (incluindo uma nova, ameaçadora e extremamente inteligente raça criada em laboratório, contendo os traços mais importantes de outras linhagens poderosas), o papel de grande vilão permanece reservado ao ser humano. E isso, apesar de muitos pensarem assim, não é falta de criatividade ou roteiro batido, mas algo tão triste quanto plausível.

As cenas envolvendo os reais protagonistas são espetaculares, inclusive algumas sendo fortes candidatas a provocar lágrimas. No momento em que o espectador deixa a descrença rotineira fora da sala de cinema e embarca na história, tudo que poderia parecer “exagerado” torna-se parte de uma história visceral e que, ainda que de maneira a entreter a plateia, traz à luz várias camadas do que se poderia definir como a maior diferença entre o ser humano e os demais animais: sua capacidade (ou a falta dela) de raciocinar.

Pelo lado dos dinossauros, destaque óbvio para Blue, a velociraptor apresentada no longa anterior, que se mostra ainda mais sagaz. Já pelos humanos, quem brilha é a garotinha Maisie Lockwood (Isabella Sermon), que começa tímida, mas se torna peça fundamental em dado momento.

Após os créditos há uma rápida, mas importante cena adicional, que serve para mostrar os rumos que uma provável (e desejada) produção futura pode tomar.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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