Crítica: “A Torre Negra”

A qualidade das obras escritas por Stephen King é inegável, independentemente do fato de se gostar ou não de seu estilo literário. Seja com o terror psicológico de “O Iluminado”, com a fantasia dramático-policial “À Espera de um Milagre” ou com o terror em sua mais explícita forma em “IT – A Coisa” (cuja versão para o cinema também estreia esse ano), o autor mostra que faz jus à legião de fãs e aos milhões de livros vendidos em sua longeva carreira.

A mais nova adaptação cinematográfica baseada em um de seus trabalhos é “A Torre Negra” (The Dark Tower), cuja proposta é levar às telonas a saga homônima composta por oito volumes, milhares de páginas, e que demorou mais de três décadas para ser concluída.

Em 95 minutos (duração surpreendentemente curta, em minha opinião), somos apresentados ao universo de Roland Deschain / O Pistoleiro (Idris Elba, imponente em cena). Habitante de uma espécie de universo paralelo conhecido como “Mundo Médio”, sua missão é proteger a tal torre do título.

O condutor da plateia nessa jornada é o garoto Jake Chambers (Tom Taylor), cujo primeiro contato com esse novo mundo se dá através de detalhados sonhos, que tornam-se motivo de preocupação de sua mãe Laurie (Katheryn Winnick), que decide interná-lo em uma clínica psiquiátrica – aquela atitude típica de adultos que perderam a capacidade de acreditar em alguma coisa que seja menos tangível do que boletos de cobrança ou menos crível à primeira vista do que publicações em redes sociais.

O monumento em questão é responsável pela manutenção da vida e da ordem nos diversos mundos que o circundam, inclusive o planetinha azul no qual vivemos. Todo atentado à sua integridade cria ecos em seus protegidos – no nosso caso, uma série de terremotos sem explicações científicas plausíveis / conhecidas.

No papel do vilão da história, que planeja a destruição da torre para a própria ascensão ao poder, está Walter / O Homem de Preto (Matthew McConaughey). Ao entregar mais uma atuação competente, o ator faz de seu personagem alguém a ser temido, ainda que nem mesmo precise elevar a voz para isso. A aparente calma ao exterminar qualquer ‘obstáculo’ que ficar entre ele e seus objetivos é algo a se temer de maneira natural.

O destaque do filme, que tem Nicolaj Arcel à frente da direção, vai para as cenas em que vemos o Pistoleiro em ação, com a capacidade incrível de recarregar suas armas especiais (forjadas a partir do aço da Espada Excalibur). E para suas inesperadas reações ao conhecer hábitos e objetos triviais à maioria que vive na Terra.

Senti falta de mais explicações, de um maior aprofundamento na história, mas talvez seja pelo fato de ter me encantado pelos personagens e querer outros detalhes. Não posso avaliar se a transição da trama do papel para a tela ficou convincente aos olhos dos que já a conheciam previamente, pois não li os livros da saga. Mas após assistir ao filme, algo me diz que esse fato será remediado o mais breve possível.

Vale conferir.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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