Falar de Beatles não é uma tarefa simples. Escrever sobre um dos nomes mais importantes da história do rock, nunca é fácil, afinal estamos falando de uma banda que atravessou e ainda atravessa gerações e possui em sua essência a capacidade de tocar e influenciar cada um de uma maneira diferente.
Mais difícil ainda do que escrever sobre, é apresentá-la, ao vivo, cantando. Alguns se arriscam, posando de covers e admiradores. Outros se destacam e revivem o espírito da banda. E entre todos, os integrantes de Hey Jude praticamente encarnam os garotos de Liverpool.
Na noite de ontem, 20 de agosto, Cesar Kiles, Thiago Gentil, Thomas Arques e Renato Almeida, respectivamente representando Paul, John, George e Ringo, se apresentaram no Teatro Bradesco (Bourbon Shopping São Paulo), em homenagem aos 60 anos do lançamento do primeiro single dos Beatles.
O espetáculo “Hey Jude & Orquestra: Beatles 60 Anos” teve quase duas horas de apresentação e foi preenchido não apenas por nostalgia das músicas, mas também contou com uma incrível sonoridade, efeitos artísticos e interação com o público.
O Teatro Bradesco, que tem a capacidade de mais de 1400 pessoas, foi completamente lotado para assistir à apresentação dos garotos britânicos com alma brasileira. E para todos os lados que se olhava, havia pessoas de todas as gerações. Isto demonstra não apenas a capacidade de influência artística dos Beatles, como também de Hey Jude, de trazer com fidelidade a sonoridade do grupo.
A fidelidade sonora realmente é algo que merece aplausos. Desde o primeiro momento em palco até às últimas músicas eles encarnam as personalidades, com direito a sotaque britânico e entonação inglesa nas letras cantadas. Ah, claro, as músicas. Elas estão lá, todas as ditas clássicas.
Do álbum Please Please Me (1963) com as inesquecíveis Love Me Do e Twist And Shout, passando por Help! (1965) com música título, Ticket To Ride e Yesterday, mudando o estilo completamente com Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967) ao som de With A Little Help From My Friends, e Penny Lane e fechando com chave de ouro com maravilhosas do Abbey Road (1969) com Come Together e Here Comes The Sun seguido de Let It Be (1970) com a música título e Get Back. Por fim, a performance de Hey Jude, escrita por Paul McCartney e John Lennon, não apenas arranca aplausos intermináveis como arrepia os pelos do braço. A Orquestra nos traz releituras dessas canções nos momentos de pausa e troca de figurino. Muito bem organizada, não deixou em nada a desejar.
Por fim, Hey Jude usando todas as ferramentas possíveis para representar com maestria os Beatles (de amplificadores, instrumentos musicais às roupas) não apenas se destaca como um verdadeiro cover, ou até mais que isto, mas também pela habilidade artística que os jovens de Liverpool também tinham. Basta agora darem continuidade ao legado de forma representativa, criando novas músicas inspiradas como as que a banda britânica escreveu.
Fica a dica para você que lê este artigo: caso haja alguma possibilidade de prestigiar a banda, não a perca.
Crédito das fotos: Artur Francisco.
por Artur Francisco – especial para A Toupeira
