Crítica: “A Mulher Rei”

Chega aos cinemas uma história épica de uma guerreira de um reino africano que lutou contra todas as chances e inimigos, para conquistar um lugar de respeito para seu povo oprimido por um regime autoritário. “A Mulher Rei” (The Woman King) estreia com fatos históricos importantes e uma trama envolvente.

A história é passada nos anos 1800 e foca em uma unidade de guerreiras conhecidas como Agojies, que eram exímias lutadoras e defendiam o reino africano de Daomé de seus inimigos internos – que são outras tribos e os conquistadores europeus e americanos.

A general Nanisca (Viola Davis) é a líder deste destemido grupo de mulheres que não tem medo de enfrentar os piores desafios em nome de seu povo, especialmente a ação de tribos rivais que vendiam as pessoas das aldeias conquistadas como escravos para os estrangeiros.

Enquanto guerreiras são treinadas para um novo confronto, surge um inimigo implacável do passado de Nanisca que colocará à prova sua coragem e fé na vitória.

A diretora Gina Prince-Bythewood conseguiu exprimir na tela toda a emoção e sentimentos que a obra exige e nos cativa do começo ao fim, pois as guerreiras são fortes, indômitas, honradas e centradas em seu objetivo de defender seu reino e seu modo de vida.

“A Mulher Rei” nos apresenta uma parte desta terrível história humana que envolve a escravidão: a captura de pessoas para servirem como objeto, acontecia não apenas pela invasão de povos estrangeiros – a nefasta verdade é que o próprio povo africano, em algumas de suas aldeias, negociava com estes povos além-mar a vida e a alma de seus rivais.

Este filme é uma obra prima cinematográfica em termos históricos, visuais, além de contar com precisão em cenografia e figurinos de época, pois temos a nítida sensação de estarmos no mesmo período e locais em que as poderosas Agojies travaram suas batalhas pela liberdade.

Um ponto importante e que desejo parabenizar a diretora é que as cenas de violência não são explícitas, ou seja, não temos a visão desnecessária de sangue e pessoas sendo mortas de uma forma brutal. Temos a noção dos atos, mas estes foram filmados com maestria e uma estética impecável.

Sem falar das interpretações maravilhosas, não apenas de Viola Davis (que deve ser nome certo na próxima temporada de premiações), mas do grande elenco que atua de uma forma impactante e elegante, passando todas as emoções da tela para o espectador.

É uma produção que você precisa ver mais de uma vez na tela grande para poder apreciar todos os elementos que estão em harmonia e transmitem uma grande variedade de sensações.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Texto originalmente publicado no site CFNotícias.

Filed in: Cinema

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